Durante anos li e re-li, ouvi e jamais pude compreender a complexidade de uma palavra: saudoso. Fulano é saudoso! (Saudoso? pensava eu). As pessoas podem ser tantas coisas, podem ter tantas outras, mas esta palavra é como uma herança que você deixa para as pessoas que gostam de ti. Uns deixam fortuna, é claro, mas eu nunca tinha parado para pensar o quão interessante é deixar saudades para alguém. Está certo que a palavra “saudoso” não contém seus atributos psicológicos aqui neste texto empregados, mas quero refletir sobre os itens agregados neste contexto. Eu sinto falta de colocar os pés na areia, mas esta saudade eu posso saciar. Então como recriar um momento inesquecível ao lado de alguém que aqui já não está mais? Fecho os olhos e me transporto para um momento, lágrimas incontidas insistem em participar das minhas lembranças. O que faltou ser dito? Cobro-me! Nenhum remédio pode melhorar minha dor. Nenhuma lembrança pode preencher o vazio que fez morada no meu coração. Ninguém pode substituir sua importância. Agora entendi: saudoso!