quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Palavrear (Karina Gera)




Gosto de escrever palavras soltas, sem medo de errar os versos ou construir uma sentença perfeita. Inventar palavras é algo muito rotineiro na minha vida, mas e que causa certa estranheza a quem não me conhece. Escrita desinibida com rimas “labiirinticas”, pois se perdem na gramática e se encontram na intenção. Querer nem sempre é um verbo de ação, por isso, a fim de nomear meu dicionário de palavras desconhecidas, inventei um novo verbo para nomear meus dialetos inventados: “palavrear”. Palavrear é o ato de criar uma nova palavra baseada em uma palavra já existente, mas atribuindo um novo sentido gramatical, ou mesmo criar múltiplos sentidos e até destruí-los.

Eu palavreio muito!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Um presente de poema (Karina Gera)

Desejo que neste dia tudo se torne mais alegre.

Que cada sorriso se propague pelos dias, meses e anos;

Que cada abraço construa pontes para a amizade;

Que cada sentimento bom floresça e dê frutos;

Que cada ruguinha de preocupação seja acariciada pela Dona tranquilidade; e

Que a amizade, o carinho, a saúde, o amor e a paz venham disfarçados em embalagens de presente.

Doce simulacro (Karina Gera)

Abri uma embalagem de bombons, lá dentro vieram vozes sussurrantes que me impulsionavam a cometer um ato de insensatez: devorar todo conteúdo. Comer apenas um não satisfaria meu desejo incontrolável.

O rótulo do pacote era bonito, colorido, cheio de sensações positivas e a única informação que minha mente registrou é de que o produto tinha “0% gordura trans”. Automaticamente meu cérebro me disse: “come tudo que não engorda”. Isso contribuiu positivamente para diminuir a minha sensação de culpa. Pacote lascivo. Gostoso!

Apaixonei-me! Deixei-me seduzir, mas agora é tarde. O sabor marcante e acentuado do açúcar é apenas uma amarga lembrança da minha loucura.